Mentirosos

abril 23, 2018





Andou para lá e para cá. Glitter e poeira, o passado brilhava sobre o chão acetinado de efeito e perdão.

Eles correram e fecharam a porta, eu fiquei do lado de fora esperando a chuva passar.
Eu te amo, eu os amo. E os pássaros voltaram para casa ( eu também).

Entendemos de forma lenta o movimento do sol, e a estrada era como sentar em uma cadeira de escritório que girava sem parar. Não dormimos aquele dia. Não acordamos naquela noite. Tudo estranhamente saia como o planejado, pois o pedido foi feito com fé ( não encontrei uma resposta mais lógica que essa.)

Duas vezes, eles mentiram.
E eles não me deixam em paz. E eu escorro pelo asfalto junto com a água da chuva, e quando volto, eles ainda estão lá, como se não tivessem uma vida própria, como se eu tivesse que prender correntes nos meus braços e parar de sonhar.

Meu coração se acalmou, e entendeu sobre o tempo escrito nas estrelas. Que meu dedo aponta, e meu peito está tranquilo pois isso foi acordado antes de nascer o fôlego.

Vou, e volto, e eles continuam mentindo.

Eu tenho milhares de estrelas pontiagudas no fundo da minha xícara para adoçar o chá. Elas são novas, e melhores que as que eu tinha, que de tão gigantes, me expulsaram do meu próprio quarto. Eu concordei em ir pequeno, a pé, na chuva, só com uma caneta no bolso. Foi eu que que quis assim. Mas não seja mentiroso, e tente me girar até eu não saber onde estou, porque mais do que nunca , tudo está aonde deveria estar...

... dentro de mim.

                                             



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