Quando as folhas caem ao redor do nosso intenso amor, elas param no ar como se o tempo estivesse a nosso favor. Podemos sentir a respiração das árvores a nossa volta, notar uma gota que cai a quilômetros de distância. Sentir a vida respirar.
Nossos corpos mortos, porém, vivos estão cada vez mais intensos. A sede por sangue se tornou um aperitivo peculiar, quase inevitável. Não temos descanso, não paramos em nenhum momento. Lutas e guerras só dentro de nós, onde passamos a maior parte do tempo batalhando com os intensos e aguçados sentimentos.
O preto nos transforma em criaturas deslumbrantes. A imortalidade fez de nós, perfeitos. Podemos lembrar o quão é fácil viver, e difÃcil permanecer vivo. Nenhuma estaca foi implantada em nosso peito, porque nosso amor não permitiu.
A beleza de um imortal, está na forma de viver. É mais que um amor, é uma eternidade juntos, onde os anos se passaram tão depressa que não tivemos tempo para nada, apenas estar juntos. Cada um entende o outro tão fortemente que chegamos até brigar por isso.
Já nos escondemos em lugares tão remotos que quase ninguém sonharia em estar lá. Fomos caçados pelo ódio, quase mortos pela fúria. Mas nunca nos deixamos separar um do outro. Cada flor que pegamos em algum bosque guardamos em um baú, porque nos faz lembrar de que o nosso sentimento ainda vive junto. Nossa vida não é rosa, e sim monocromática. Ouvimos pensamentos desenfreados de humanos, querendo algo a mais na vida.
Não precisamos de ninguém para nos defender. Nosso defeito é encontrar cura. Mas estamos tão bem assim, que esquecemos da cura. A cura é o nosso amor. Uma paixão que se tornou algo bárbaro e lindo. Nosso olhar de cores quentes, nos faz enxergar o que os outros não veem. Uma história precisa ser contada, não guardada, para ouvidos que nunca puderam ouvir algo assim. Um mundo onde ninguém conhece a metade do que existe nele. Onde o amor se torne eterno como o nosso.
Eterno como o nosso.
_________________________________________________
Modelos:
Lilo Rodrigues
Lucas Ribeiro
ph e txto por : Jefferson Pereira |