Azul quase - Parte final.

agosto 13, 2016


 


Na ponta da língua ácido cítrico e no coração uma paz que se aprendeu ao viver as situações de coração, sabendo que provavelmente em cada uma delas tem um presente de Deus pra gente crescer ou pra gente sorrir.

 Certeza que já te conheço, ah, eu não conhecia. Dessa vida, pelo menos não. Paredes coloridas, risadas desinibidas, o riso era fácil e o silêncio confortável. Uma ligação subentendida por conta do espanto alegre de estar acontecendo (logo comigo?), mas muito claro pra qualquer um que nos visse, até pro moço da padaria da nossa esquina.




 Ah, eu só sei andar descalça com o sol no rosto, não parece, mas eu tropeço, caio toda hora. Sei dar um passo pra trás quando percebo que o chão vai machucar, mas não permito que o medo me coloque sapatos pesados, afinal, tem outros caminhos por aí, e algum vai ser minha pista de dança, de canção alegre, de sentimento vivido, de coragem de ser quem se é, de toque que faz o coração bater forte, pulsante e vivo feito tambor de música étnica.

Às vezes é preciso uma outra melodia da qual estamos habituados ou uma pessoa pulsante pra mostrar que a vida pode ser mais,




Nossas mãos dançaram como se precisassem seguirem juntas a partir dali. O perto do outro era um lugar confortável e confiável. Por gestos, silêncios ou olhares a gente entendia, a gente se sentia. Os pelos do corpo eram astronautas fora de órbita.  E o rosto dele perto do meu, era quase como se eu estivesse prestes a beijar o sol.

E teve aquele dia que as ondas do mar enferrujaram o violão, a gente não pensou muito, eu pulei em um azul turbulento, no impulso ele confessou tudo, eu confirmei, no outro dia eu estava salva, e só. Eu não o reconheci mais. Desconhecido. O sol perto do meu rosto virou nuvem de chuva longe de mim. Me estranhei. Só. Ele também. Só acompanhado. Por isso mesmo, mais só ainda que eu.

Pareceu verdadeiro. Depois se desfez mesmo sem ter sido construído. Às vezes é assim, alguém aparece e te entrega o peso de um suposto sentimento, e depois vira às costas. Só pra se aliviar. Só pra te pesar.

Nessas, a vida me ensina a ser leve. Eu sou boa aluna.


 Não ninguém. Pessoas são pessoas e tem suas próprias vidas e seu próprio jeito de escrever a sua história, e isso não nos diz respeito.  Sim situações. Que nos acontecem. Às vezes as coisas não acontecem da forma que, no momento, julgamos ideais. Eu aceito porque Deus quer que a gente aprenda, quer preparar a gente pro nosso destino. Obedeço pois sou frágil demais, e um Amor tão grande assim é a única coisa capaz de me proteger, e me fortalecer para qualquer coisa. Eu aguento tudo, e não me protejo, não preciso.




Esse é o preço de levar uma vida corajosa, fugindo das zonas de conforto.
Alguns ficam no meio do caminho. Eu sigo, pois não sei lidar com frieza.
Sou cor quente.

AZUL QUASE - PARTE I

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                             Fotos por : Jefferson Pereira |  INSTA: @jefffe_
                         


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