Nós não comemos
setembro 07, 2015 Escolhemos entre todas, a estrada da lua pois nossa mente sempre vagou para tão longe, um lugar indiferente às nossas tentativas precisadas de toque. E nosso coração parecia pertencer a um lugar feito de memórias que ainda iriam nascer. Meus amigos queriam a grandeza, eu queria correr como lobo, sorrir feito o sol que queimava a minha pele.
Sentíamos fome.
A gente via o mundo de acordo com nossos próprios olhos - e isso era uma desvantagem - não conseguíamos enxergar o que estava por detrás dos olhos dos outros. Daqueles que aceitamos como guia. Não vimos os pensamentos, a música quebrada, as outras intenções, a desconexão de sons.
Roubaram nosso alimento.
Amávamos com uma verdade avassaladora e com inocência de que ainda não quer acreditar no mundo que vive. Dançamos com as mão soltas e olhos fechados. Fomos julgados por isso. Nos ofereceram comida, mas o preço de volta era alto demais.
Preferimos seguir famintos.
Foram dias e dias na estrada. Não saciamos a fome, mas aprendemos a lidar com ela. Esquecemos para onde íamos. Nos perdemos entre as falas eloquentes dos viajantes mais experientes. Eles falavam de amor, verdade, lealdade - era o que precisávamos saber que alguém a frente (também) acreditava. Falavam em frente a fechadas. E eu senti muito quando percebi que nossos olhos brilharam por falsa missão. Eu quero falar de amor com meus joelhos no chão. Eles levaram nossa fé nos outros, e nossa fome foi abafada.
Em um segundo tudo vai embora. As certezas mudam. As pessoas trocam de pele e de (segundas ) intenções. Vai embora pra voltar diferente. Pra renascer sem perceber. Em todo canto do mundo, em cada canto da alma, pra sacudir, pra gente aprender e perceber quem é de verdade.
Confesso, estamos cansados, porém destemidos.
Não estamos.
Somos
famintos de.
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Meu Deus!! que texto liiindo!! parabens!! ja estou seguindo! e te convido pra conhecer me blog! beijos!
ResponderExcluirhttp://biamariaf.blogspot.com.br