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março 26, 2015

Não precisamos dormir essa noite, podemos sentir a pulsação que fez nascer o mundo, enquanto meu violão afina você. Um universo leve e palpável apareceu enquanto não me preocupava em entender o que tínhamos ,éramos, seriamos.

Dançamos enquanto as estrelas se apagavam ao tocar as pontas dos dedos. Dançamos uma música que enlouqueceu quem a compôs. Uma coreografia que desmemoriou quem a criou. Estou preocupada com meu recente desapego com esse mundo, e as coisas que ele oferece. Tudo dele me foi tirado, e tudo está bem. Estou surpresa por dançar no escuro, e não temer a queda do movimento rápido, do sentimento ligeiro.

Qualquer amor não me serve, mas podemos dançar até eu não sentir os pés e você o coração. Hoje não teremos convenções. Os sapatos vão pisar tapetes. Vamos desligar a ligação de madrugada. Oi, te gosto, te considero, seu cabelo loiro fica lindo no rosto. E nada mais desses jogos idiotas de quem menos precisa do outro. Preciso de todos! E do movimento, e das confusões, e do sono dourado.

Eu vou ser a percussão, e você a voz que cala. Eles vão ouvir sobre a gente, e achar que é sobre eles. Vão se apaixonar, e se aconchegarem em tecido de algodão e de pele. Vão embora por terem a certeza no outro que nunca tivemos. A gente se diverte e o tempo passa de um jeito bom e bobo. E depois, para. E a gente se esquece porque começamos a contar.

É só explodir e depois brilhar.
A verdade é lilás.
(detesto essa cor)







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